Autopista

Saio da concessionária a bordo do Volkswagen Eos, com a capota ainda fechada. As pouquíssimas pessoas que percebem a presença do cupê no trânsito olham de relance ou empinam o nariz, como se o automóvel em questão não chegasse nem perto de seu real preço: R$ 162.390,00. Paro no semáforo e aciono uma pequena alavanca que, suponho, me fará sair do anonimato.

Dito e feito! Durante exatos 25 segundos, todos os olhares estão voltados para mim — mais precisamente, para o meu carro, que, lembrando uma cena do filme “Transformers”, começa a mudar de formato: a capota rígida panorâmica (que inclui teto solar em vidro escurecido de 1.125 mm por 605 mm) se divide em cinco partes e, em seguida, é toda recolhida no porta-malas. Voilà! De cupê para conversível, em menos de meio minuto!

Ah, o estrelato! Não ser notada no trânsito a partir de agora se tornou algo incogitável. O sinal finalmente fica verde e piso com vontade no acelerador, “acordando” os 200 cavalos de potência do propulsor 2.0 TSI com injeção direta de combustível. O giro sobe rápido, provocando uma breve cantada de pneus — juro que não foi proposital! Chego aos 100 km/h em menos de 8 segundos ouvido minha música predileta: o assobio inconfundível do turbo…

DIVERSÃO GARANTIDA

Assim como as arrancadas, as retomadas do Eos são dignas de um legítimo esportivo. Na estrada, carros e caminhões vão ficando para trás. As mudanças de marcha são rápidas e sem tranco algum — mérito da transmissão automática de seis velocidades Tiptronic com dupla embreagem.

Posiciono a alavanca na posição S (Sport) e o conversível fica ainda mais voraz! Ao fim da reta, eis que surge um longo trecho sinuoso. Hora da diversão! Aciono os paddle shifts e passo a fazer as trocas de marchas manualmente, sem tirar as mãos do volante! Fórmula 1 que me aguarde…

Mesmo abusando um pouco da velocidade, o Eos faz curvas e freia sem desgarrar em momento algum, graças a uma parafernália eletrônica, que inclui freios antiblocante (ABS), controles de estabilidade (ESP), de tração (ASR), distribuição do torque (MSR) e bloqueio do diferencial (EDS). O modelo ainda sai de fábrica equipado com airbags frontais e laterais, além do sistema ativo de proteção contra capotamento (ARP – Active Rollover Protection), que ejeta duas estruturas metálicas da base dos apoios de cabeça dos bancos traseiros, assim que detecta que o modelo ultrapassou determinada inclinação lateral. Felizmente, nas duas semanas de avaliação do Eos, não foi possível testar esses últimos itens.

POR DENTRO DO CONVERSÍVEL

A ergonomia do Eos é um capítulo à parte. Todos os comandos estão ao alcance das mãos do motorista. O volante tem boa pega e há ajuste em altura e distância da coluna de direção. Só senti falta de mais comandos elétricos no banco do motorista (somente a regulagem lombar é elétrica) — lembrando que se trata de um automóvel que custa mais de R$ 160 mil.

Já o acabamento condiz com o preço. É fino, sofisticado, com revestimento em couro nos bancos e nos painéis das portas. Um dos destaques do interior do Eos é o visor central digital, com tela sensível ao toque, que dá acesso ao sistema de telefonia e ao rádio CD Player MP3 com capacidade para seis CDs. O ar condicionado é dual zone e digital, com visualização da temperatura na mesma tela do som.

O Eos ainda sai de fábrica equipado com: computador de bordo, piloto automático, bancos dianteiros com aquecimento individual, sistema Easy-Entry (que facilita o acesso ao banco traseiro), sensor crespuscular, sensor de chuva, faróis bi-xenon, regulagem automática do facho dos faróis, direção servotronic, faróis de neblina, lanternas com LEDs, rodas de liga leve aro 17, sensor de estacionamento traseiro, entre outros itens de série.

Enfim, se você está pensando em comprar um automóvel que oferece bom desempenho e a possibilidade de “dirigir a céu aberto”, o Eos é uma boa opção. Eu recomendo. Pode comprar hoje mesmo, sem pestanejar. Agora, seria bom se parasse de chover…

FICHA TÉCNICA – VW EOS