Autopista

Qual seria a sua reação se eu te dissesse que, justo o carro que você estava pensando em comprar ganhou um novo motor com 10 cv a menos? Desistiria da compra? Compraria a versão antiga? Mas por quê? Por que o desempenho piorou? E se eu te garantisse que a performance foi mantida e que o carro ficou mais econômico?

Pois foi justamente isso o que aconteceu com os novos Audi A4 e A5. O motor 2.0T de 180 cv foi substituído pelo 1.8T de 170 cv. Apesar da diferença na potência, a velocidade final e a aceleração de 0 a 100 km/h praticamente não mudaram. Em compensação, o consumo melhorou em mais de 20%! Veja os números:

Daí, você pergunta: como eles conseguiram isso? Segundo o consultor técnico da Audi, Lothar Werninghaus, o novo motor recebeu muitas inovações. A primeira delas foi a segunda injeção eletrônica. Enquanto o antigo 2.0 tinha apenas injeção direta FSI, o novo tem a FSI e também a injeção indireta MPI, o que reduz radicalmente o consumo.

Além disso, foram acrescentados o sistema Start&Stop (que desliga e religa automaticamente o carro em paradas de semáforos) e o KERS (gerenciador que faz o alternador fornecer mais energia). “As partes internas do motor também foram retrabalhadas para ter menos atrito e, com isso, mantivemos o torque. Tudo isso, aliado a um novo ajuste na transmissão continuamente variável, conseguimos manter a mesma performance com um motor até 21% mais econômico”, garante.

PRIMEIRAS IMPRESSÕES

Em um rápido test drive, organizado pela Audi, pelas ruas e estradas próximas à capital paulista, tivemos a oportunidade de comprovar a eficácia da nova motorização. Começamos o teste no comando de um A4. Entrei no carro e já gostei do vi: o novo volante com base aplanada. Além de mais esportivo – e, convenhamos, lindo! – não roça a perna do motorista, principalmente daqueles que possuem pernas mais, digamos, generosas… não que seja meu caso, definitivamente.

Engatei a ré e fui surpreendida por um bip, bip, bip… Sim! Era o sensor de estacionamento traseiro! Outra novidade tão solicitada – pelo menos por mim – que a Audi finalmente colocou. E o que é melhor, em todas as versões do A4 e A5! Agora falta pouco para atingir a perfeição, só um pequeno detalhe: a câmera de ré! Quem sabe na linha 2016…

Bom, voltando ao nosso teste, ganhei as ruas de São Paulo e, pela primeira vez, não me importei com o congestionamento. Acho que era porque a cada parada no semáforo, o carro desligava o motor por conta do Start&Stop e eu ficava tranquila em saber que estava economizando gasolina e fazendo a minha parte para a preservação do planeta… ou porque, na verdade mesmo, eu estava dirigindo um Audi!

Mas passado algum tempo, era chegada a hora que eu mais aguardava: a estrada! Sim, lá estava ela, sem tráfego pesado, sem semáforos, sem quebra-molas. Pisei com vontade no acelerador para acordar todos os 170 cavalos que ali restaram! E, acredite, eles acordaram. E fizeram o trabalho tão bem feito que nem deu para sentir falta dos 10 companheiros ausentes.

A diversão continuou nos trechos sinuosos, onde bastava reduzir as marchas através das aletas atrás do volante (apesar de continuamente variável, a transmissão Multitronic define oito velocidades), e entrar quente nas curvas, com total segurança e conforto graças ao excelente acerto da suspensão (multilink na dianteira com cinco braços e trapezoidal na traseira, com uma estrutura suspensa em quatro pontos) e programa eletrônico de estabilidade ESP – item que também é de série em todas as versões.

Pit Stop, hora de trocar de veículo. Hora do A5. Para minha surpresa, apesar do tamanho e peso maior, o sportback mostrou-se tão ágil e esportivo quanto o sedan menor. Só lamentei não estar em uma Autobahn alemã, sem limite de velocidade, para chegar aos 220 km/h de velocidade máxima. Com tanto radar, o máximo que arrisquei foi um 180 km/h. Risco apenas de levar multa, pois a segurança e estabilidade eram tantas, que meu companheiro de teste nem percebeu o quanto estávamos voando baixo…

*A jornalista viajou a convite da Audi do Brasil