Data: 09/04/2013

Os acertos do Cerato: conheça os detalhes da nova geração do Sedan médio da Kia

Por: LICINÁIRA BARROSO, de Itaparica*

Em sua terceira geração, o Cerato ganhou não apenas um novo design — assinado pelo renomado Peter Schreyer — como também novas dimensões, motorização flex, mais equipamentos de série e melhorias tanto na carroceria quanto no acabamento interno. Resultado: é um carro completamente novo. É o All New Cerato!

Sim, “All New”, porque é tudo novo! A começar pelo tamanho. Comparado ao seu antecessor, o sedan médio da Kia ficou mais longo (30mm), baixo (25mm) e largo (5mm). A distância entre-eixos também cresceu em 50 mm, proporcionando mais espaço para as pernas dos ocupantes. E o porta-malas passa a contar agora com 421 litros de capacidade (7 litros a mais).

O perfil ficou mais elegante, com maior área envidraçada e detalhes cromados nas maçanetas das portas e no entorno dos vidros. Além disso, o coeficiente aerodinâmico que já era muito bom (0,29 cx) ficou ainda melhor: 0,27 cx. Exibindo uma silhueta que mais lembra um coupè do que um sedan propriamente dito, o All New Cerato passa, para quem o observa, uma sensação de movimento, mesmo estando parado.

Outro grande destaque desta terceira geração são os novos conjuntos ópticos. Tanto as lanternas traseiras quanto os faróis ficaram maiores, sendo que estes últimos contam agora com LEDs em formato de sobrancelhas. Portanto, não se assuste se aparecer em seu retrovisor um olhar ameaçador se aproximando, pode ser o All New Cerato pedindo passagem!

Apesar de ser equipado com um simples e aspirado motor 1.6 L 16V, o novo sedan médio da Kia faz muitos de seus concorrentes comerem poeira. Afinal, sua potência máxima chega aos 128 cv (a 6.000 rpm) quando abastecido com etanol. Sim! A motorização agora é Flex! Quando abastecida com gasolina, a potência passa a ser de 122 cv (a 6.300 giros), ou seja, mesmo com seis cavalinhos a menos, ele é ainda mais potente até mesmo do que alguns propulsores maiores da concorrência.

Daí você pode pensar: “Ih, mais potente e mais beberrão, né!?”. Que nada! O All New Cerato recebeu nota A em consumo do Inmetro para a versão manual e nota B para a versão automática (ambas de seis velocidades, sendo a última sequencial, com opção de trocas de marcha no volante). Veja os números divulgados pela Kia Motors do Brasil:

VERSÃO CIDADE COM GASOLINA ESTRADA COM GASOLINA
MANUAL 10,0 km/l 14,0 km/l
AUTOMÁTICA 9,5 km/l 12,4 km/l

 

VERSÃO CIDADE COM ETANOL ESTRADA COM ETANOL
MANUAL 6,8 km/l 9,3 km/l
AUTOMÁTICA 6,6 km/l 9,1 km/l

 

TOQUES DE REQUINTE

As linhas modernas e elegantes traçadas pelo renomado designer — e não por acaso hoje presidente da Kia Motors Corporation — Peter Schreyer, também invadem o interior do All New Cerato. Um detalhe que chama a atenção assim que se entra no carro é o desenho em alto relevo de ondas (daquelas que formam a partir de uma pedra jogada na água) no console acima do porta-luvas e nos painéis das portas. Bem interessante…

O material empregado é de alta qualidade, com detalhes em cromado. O tecido dos bancos é agradável ao toque, porém, faltou uma versão com o acabamento em couro de fábrica (oferecida em outros países). Quem quiser, terá que fazer o serviço na concessionária. A versão com ajustes de altura e profundidade elétricos para o banco motorista também não será importada. Elétrico mesmo, só o ajuste lombar.

Mas, apesar de serem manuais, tanto os ajustes de altura quanto os de profundidade do banco e da coluna de direção são de fácil manuseio. Portanto, independente da estatura do condutor, sempre há como encontrar uma perfeita posição para guiar o All New Cerato.

Todos os comandos caem como luvas nas mãos do motorista. Aliás, na versão automática, você só tira as mãos do volante se quiser, já que o mesmo, além de multi-funcional, conta com paddle shifts (aquelas borboletas atrás do volante que permitem selecionar a marcha sequencialmente).

O sistema hidráulico de direção do Cerato anterior foi substituído por uma moderna assistência elétrica, com três configurações: Confort, Normal e Sport, que podem ser mudadas em uma tecla no próprio volante, com o carro parado ou em movimento. A primeira é ideal para manobras, a segunda em uso urbano e a terceira para estradas

Durante o test drive de aproximadamente 120 quilômetros organizado pela Kia, tive a oportunidade sentir a diferença de cada um dos três modos. Sai com o carro no Normal e, depois de um longo trecho de estrada, passei para o Sport. A direção ficou mais precisa, proporcionando mais segurança, principalmente nas curvas.

Ao chegar à simpática cidade de Nazaré das Farinhas, voltei para o modo Normal e, na hora de estacionar, o modo Confort provou o seu valor: fiz baliza com apenas um dedo! Os sensores de estacionamento dianteiros e traseiros (que agora são de série), também ajudaram na minha performance ao volante!

 

O PREÇO DO CONFORTO

Por falar em conforto, o All New Cerato evoluiu e muito se comparado ao seu antecessor, que, diga-se de passagem, já era muito bom. Além do maior espaço para passageiros, graças à nova plataforma, o sedan ganhou novos itens de série, entre eles, o ar-condicionado dual zone, digital e com filtro ionizador. Outra novidade, que a princípio pode parecer “bobinha”, mas que faz toda a diferença, principalmente em longas viagens, é a introdução de descansa-braços acolchoados nos painéis das portas — é o fim da dor-de-cotovelo!

Com preço sugerido de R$ 67,4 mil (versão manual) e R$ 71,9 (automática), o All New Cerato é um carro bem completo. Além de todos esses itens citados, ele também sai de fábrica equipado com: duplo airbag frontal, freios a disco nas quatro rodas com ABS e EBD, piloto automático, acendimento automático dos faróis, chave tipo canivete, computador de bordo, porta-luvas refrigerado, rádio CD/MP3 com conexões USB e iPod, rodas de liga-leve aro 16, entre outros. Opcionais não há. Nem mesmo o teto-solar, que é oferecido nos modelos lá fora. Uma pena…

Segundo o diretor de vendas da Kia Motors do Brasil, Ary Jorge Ribeiro, a versão manual deve responder por no máximo 15% do mix de vendas, enquanto a top de linha, que só se diferencia da outra por conta do câmbio automático sequencial e do “Eco System”, será responsável pela maior parte dos emplacamentos.

De fato, eu, que dirigi as duas versões, concordo com o diretor. A manual possui um câmbio muito bom, de seis velocidades, bem preciso. Além disso, tem o apelo de ser mais econômico. No entanto, a transmissão automática sequencial (também de seis velocidades) é ideal para o nosso caótico trânsito. Não precisar acionar a embreagem e a alavanca de câmbio no para-anda-para dos grandes centros é algo que o consumidor brasileiro tem valorizado cada vez mais.

Já para mim, poder pegar uma estrada e reduzir as marchas antes de uma curva usando apenas os paddles shifts, sem tirar as mãos do volante — e, como diria meu grande amigo João Euclides, “com a faca nos dentes” –, não tem preço!

 

* A jornalista viajou a convite da Kia Motors do Brasil

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