Autopista

Sim, não seria exagero afirmar que o Novo Fox é uma versão menor do Golf! Afinal, o modelo não só ficou muito parecido com a sétima geração do hatch médio da Volkswagen (lançada no Brasil no final do ano passado), como também ganhou muitos dos seus recursos de segurança e itens de conforto, entre eles, direção com assistência elétrica, sensores de estacionamento dianteiro e traseiro Park Pilot e até controle de tração.

As fotos que ilustram esta matéria não me deixam mentir. O novo Fox lembra muito o Golf. A frente adota a mesma linha cromada horizontal na grade que segue tangenciando a parte inferior dos faróis. Estes, por sua vez, também são muito semelhantes, com assinatura “quadrada” — só faltaram os LEDs. E isso sem falar nos frisos dos para-choques! Quase idênticos!

Assim como na dianteira, todos os componentes da parte de trás do Novo Fox são novos. E o que mais chama a atenção são as lanternas maiores e horizontais, com conjunto óptico duplo e dividido entre a lateral do veículo e a tampa do porta-malas — também muito parecido com o do Golf.

Mas a Volkswagen não se limitou em dar um up apenas no visual externo do Fox. Por dentro, o carro ficou mais moderno e sofisticado. E cada versão traz um ambiente de cabine diferente, do volante aos materiais utilizados.

Por falar em versões, o modelo passa a adotar a nomenclatura global da marca, com os nomes: Trendline, Confortline, Highline e BlueMotion. Além disso, agora são oferecidos quatro motores (1.0 4 cilindros de 76 cv, 1.0 3 cilindros de 82 cv, 1.6 8V de 104 cv e 1.6 16V de 120 cv) e três opções de câmbio (automatizado I-Motion, manual de 5 marchas e o novo manual de 6 marchas).

Ao todo são oito combinações possíveis, ou seja, a maior oferta de versões, motores e transmissões do segmento. Veja como ficou a gama:

PRIMEIRAS IMPRESSÕES

Nosso primeiro contato com o Novo Fox foi no Campo de Provas da Goodyear, em Americana (SP). As versões cedidas pela Volkswagen para test drive foram as tops de linha, Highline equipada com o câmbio de seis marchas e Highline I-Motion (câmbio automatizado de cinco velocidades).

Infelizmente, a pista reservada para o teste do Novo Fox no campo de provas não permitiu grandes acelerações, uma vez que ela estava molhada — ou melhor, encharcada — e com cones por todos os lados, para os testes de ESC (controle eletrônico de estabilidade) e ASR (controle de tração).

Não deu sequer para engatar a sexta marcha da nova transmissão, muito elogiada por quem fez o test drive a bordo do Novo Fox de São Paulo até Americana — eu percorri esse mesmo trajeto com a Nova Saveiro (não deixe de ler, depois, a matéria da picape aqui:www.autopista.com.br/saveiro-cabine-dupla-pronta-para-pegar-strada).

Apesar de uma avaliação mais detalhada do comportamento dinâmico do Novo Fox ter sido adiada para quando a Volkswagen me ceder o carro, em breve, para o teste de longa duração (e aí você vai conferir todos os detalhes no nosso AUTO TESTE), essa versão Highline me surpreendeu em todos os quesitos.

A começar pelas melhorias no interior. O acabamento ganhou materiais mais nobres. O quadro de instrumentos recebeu novo grafismo, reforçando a iluminação de LEDs brancos. Já o volante com a base achatada, ficou bem semelhante ao do Golf. Revestido de couro com pespontos claros (assim como os pomos do câmbio e do freio de estacionamento), ele traz os comandos do som, telefone e computador de bordo.

Agora, o que realmente deixou o Novo Fox com ares de mais sofisticado e moderno foi o sistema de navegação embutido no painel. Na verdade, trata-se de uma central multimídia, com tela sensível ao toque de 5,5 polegadas, sistema Bluetooth integrado, CD player com MP3 e WMA, entrada auxiliar de áudio, SD-card, além, é claro, de rádio AM/FM com RDS. Pena que é um item opcional…

HORA DA VERDADE

Depois de “namorar” o interior do Novo Fox, é chegada a hora de ir para a pista molhada e cheia de cones para comprovar se ele é realmente “um bom partido” para ocupar uma vaga na minha garagem.

Primeiro teste: funcionamento do ASR, ou controle de tração. De uma só vez, pisei com vontade no acelerador, arrancando o carro na pista molhada. E ele respondeu de imediato. Sem patinar, sem titubear. Arrancou como se o piso estivesse seco. Impressionante!

Os cones, então, começaram a formar uma curva atrás da outra. Uma mais fechada que a outra. A pista encharcada. Um situação nada favorável para uma condução segura! Mas, o carro estava equipado com um opcional muitíssimo importante: o ESC ou controle eletrônico de estabilidade!

Sabendo disso, eu acelerei ainda mais — para desespero que quem estava ao meu lado! O carro então ameaçou sair da curva e fazer um strike com os cones, mas, nessa hora, o controle eletrônico de estabilidade entrou em ação, mantendo a trajetória correta! Ufa!

Ufa nada! Aproveitei a adrenalina para testar os freios, afinal, o Fox que eu guiava também dispunha do HBA (ou BAS), que é um sistema de assistência à frenagem. Com toda a força do meu pé direito, pisei fundo no freio, desviei do obstáculo e, poucos metros depois, o carro parou.

Sem tirar meu mérito de ótima motorista (quanta modéstia!), esse final feliz só foi possível porque o módulo do ABS e do ESC reconheceu que se tratava de uma condição de frenagem de emergência (devido à força de acionamento do pedal de freio), e o HBA aumentou a pressão no circuito hidráulico e a força de atuação das pinças de freio, reduzindo o espaço de frenagem.

Fim do teste, saio do carro com gostinho de quero mais. Agora, estou contando os dias, talvez semanas, para o Novo Fox chegar em Belo Horizonte e eu finalmente poder avalia-lo melhor.

Quanto àquele papo de candidato à minha vaga de garagem, pode até ser. Mas acho que vou preferir esperar a Nova SpaceFox. Ela é maior e deverá incorporar as mesmas melhorias do Novo Fox. Quando ela chega? Os dirigentes da Volkswagen não quiseram dizer, mas, provavelmente não deve demorar. Quem sabe, no Salão do Automóvel de São Paulo ela já não dê o ar da graça?

* A jornalista viajou a convite da Volkswagen do Brasil.