Data: 22/06/2013

Segunda geração do Chery Tiggo chega com novo visual e melhorias no acabamento

Por: LICINÁIRA BARROSO, de Itu (SP)*

As mudanças externas até que não foram muitas, em compensação o interior é outro! Mais bem acabado e com melhor ergonomia. Motor 2.0 ganhou 3 cv, entretanto continua rodando apenas com gasolina — versão flex ainda está em desenvolvimento. Quando chega? Só Deus sabe!

Se é que Deus está por dentro dos acontecimentos do mundo automotivo! O fato é que nem mesmo os dirigentes da Chery, presentes no lançamento do novo Tiggo à imprensa especializada, na última quinta-feira, 20, em Itu, souberam — ou quiseram — dizer a partir de quando o pequeno SUV passará a rodar também com etanol.

“O motor Flex 2.0 ainda está sendo desenvolvido pelos engenheiros da matriz e não há previsão de quando ficará pronto”, afirmou o CEO e vice-presidente da empresa no Brasil, Luis Curi, durante a coletiva. Perguntado sobre a versão equipada com câmbio automático — que já existe –, Curi garantiu que virá, “mas a data ainda não foi definida”.

O Novo Tiggo que começa a desembarcar no Brasil vem equipado com motor 2.0 16V a gasolina, câmbio manual de cinco marchas e tração 4×2 dianteira. O propulsor ganhou nova calibração, e agora passa a desenvolver potência máxima de 138 cv e tem torque (força) máximo de 18,2 kgfm a 4.300 rpm. Pesando 1.750 quilos, o pequeno SUV sai da inércia e atinge os 100 km/h em 15 segundos. Já a velocidade máxima é de 170 km/h — dados do fabricante.

O QUE MUDOU

Se você topar com um Novo Tiggo nas ruas, corre o risco de não perceber que se trata da nova geração. Isso porque externamente, as alterações foram bem tímidas. O capô ficou um pouco mais curto, o para-choque dianteiro agora contorna o conjunto ótico, os faróis ficaram mais alongados e passaram a contar com luzes diurnas de LED, a grade frontal ficou mais estreita, as lanternas traseiras também ganharam iluminação por LEDs e o estepe ganhou nova capa, com parte preta e a inscrição “Chery”.

Já o interior é outro. O painel é totalmente novo, assim como o console central, volante, manopla de câmbio e bancos. Há mais porta trecos espalhados por todo o habitáculo, inclusive nas laterais do compartimento de bagagem (que manteve o volume de 435 litros, podendo chegar a 818 litros com o banco traseiro rebatido).

O tom escuro (cinza e preto) agora predomina no acabamento, com detalhes na cor prata. A iluminação é em azul, inclusive do CD player — o que a princípio pode não agradar a todos, já que remete àqueles equipamentos “ching ling” de péssima qualidade vendidos em lojas populares.

No mais, o Tiggo continua oferecendo excelente espaço interno para cinco ocupantes, graças às suas generosas dimensões, que foram mantidas: 4.390 mm de comprimento, 1.765 mm de largura, 1.705 mm de altura e 2.510 mm de entreeixos.

NO KARTÓDROMO

Como os modelos selecionados para a imprensa ainda não haviam sido emplacados, não foi possível fazer o test drive nas ruas. A solução foi usar um kartódromo de Itu para as primeiras avaliações no Tiggo.

Apesar da pista travada e do curso longo do volante, foi possível sentir a boa dirigibilidade do Tiggo, inclusive nas curvas. O câmbio oferece encaixes justos e precisos, entretanto, o mal posicionado apoio de braço central dianteiro atrapalha durante as mudanças.

Um dos trunfos do Tiggo está no conforto e na estabilidade garantidos, principalmente, pelo conjunto de suspensão (traseira independente do tipo Multilink e dianteira do Tipo McPherson, ambas com molas helicoidais, amortecedores de dupla ação e barra estabilizadora). Os pneus são de uso urbano 235/60 R16.

O sistema de freios também foi aperfeiçoado. Agora, o conjunto é composto por discos ventilados na dianteira e discos sólidos na traseira, auxiliados por ABS (antitravamento das rodas) e EBD (distribuição eletrônica de frenagem).

Mas o que mais chamou a atenção nesse primeiro contato com o carro foi a evolução do acabamento — melhor, ainda que simples. Comparado ao modelo antecessor, mudou da água para o vinho — ainda que seja um vinho barato, já que continua apresentando falhas, como grandes espaçamentos entre painel e portas.

Mas não foi apenas a qualidade dos materiais empregados que melhorou. O carro ganhou novos equipamentos, como retrovisor interno com display (de bússola, altitude e pressão atmosférica) e comandos multifuncionais no volante — este último, aliás, trocou a posição elevada ao estilo Kombi para uma mais centralizada, garantindo melhor conforto ao dirigir.

O banco traseiro agora conta com três apoios para cabeça, entretanto, quem viaja no meio tem que se contentar ainda com o cinto de segurança “subabdominável” (subabdominal abominável).

CUSTO-BENEFÍCIO

Custando R$ 51.990,00, o novo Tiggo já está à venda nos 75 pontos de venda da Chery, espalhados pelas principais cidades brasileiras — ele inclusive ainda divide o show room com o modelo antigo, que está sendo vendido por R$ 47.990,00.

Assim como seu antecessor, ele sai de fábrica com uma extensa lista de itens de série, que incluem, além dos já citados freios com ABS e EBD, duplo airbag, ar-condicionado, direção hidráulica, acionamento elétrico dos vidros, travas e retrovisores (o chamado trio elétrico), sensor de ré, CD player com entrada USB, chave canivete, faróis e lanternas de neblina, capa de proteção traseira da roda, entre outros.

Outro atrativo são os cinco anos de garantia (motor e transmissão) sem limite de quilometragem. Segundo o gerente de pós-vendas e homologação da Chery Brasil, Maurício Buzetto, as revisões têm preços fixos, que podem ser consultados no site da marca (www.cherybrasil.com.br/chery-mais). Quando entramos, o site ainda estava desatualizado, com os preços do Chery antigo, que era de R$ 244,98 na primeira revisão (10.000 km ou 12 meses), R$ 757,41 (20.000 km ou 24 meses) na segunda e R$ 498,15 (30.000 km ou 36 meses) na terceira.

Importado do Uruguai, o Tiggo marcou a chegada da Chery ao mercado brasileiro em agosto de 2009 e desde então teve cerca de 10 mil unidades comercializadas. Com a nova geração, a montadora chinesa pretende vender 350 unidades por mês, o que, segundo os executivos da Chery, irá representar um Market share de 3,5% no segmento de SUVs urbanos.

* A jornalista viajou a convite da Chery do Brasil

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