Data: 14/12/2016

Fiat Mobi Way é boa opção para estradas ruins

Por: Amintas Vidal Fotos: Amintas Vidal / Fiat Divulgação

Subcompacto com roupagem aventureira tem suspensão elevada em apenas 1,5 cm, mas isso fez diferença ao trafegar pelo litoral em ruas de areia com diversas erosões.

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Atual modelo de entrada da linha Fiat no Brasil, o Mobi foi projetado para atender aos anseios dos novos motoristas e das gerações que ainda virão. Analisando rapidamente, tanto por fora como por dentro, suas principais características atingem em cheio o interesse destes jovens: apesar de ser um hatch subcompacto, seu design remete aos SUVs, o estilo mais desejado do momento e por dentro, o que se destaca, é a interatividade que as centrais multimídia oferecem, bem ao gosto deste público cada vez mais conectado.  Não por acaso, este casamento de imagem e tecnologia tem rendido bons números de mercado para o caçula “italiano”. Desde 16 abril, dia do início da sua comercialização, até o fechamento de novembro, ele registrou 24.178 unidades, uma média 3.223 emplacamentos por mês. Mesmo bem abaixo das expectativas inicias da Fiat em vender 60 mil unidades neste ano, em um mercado recessivo, principalmente neste segmento de entrada, o mais atingido pela crise, os resultados são considerados bons. É importante destacar que suas vendas vêm aumentando progressivamente. Se no acumulado do ano ele figura na vigésima posição entre os automóveis, em novembro, ele foi o décimo primeiro modelo mais emplacado no Brasil, segundo os dados da FENABRAVE (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores).

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Recebemos para avaliação o Mobi Way On. Essa versão, a aventureira e de topo da linha, é a que mais combina com seu design inspirado em SUVs. Além da suspensão elevada, a Way se difere das demais por detalhes comuns em modelos com visual fora de estrada: para-choques dianteiro e traseiro que simulam chapas protetoras inferiores e molduras nas caixas de rodas e sob as portas, tudo em plástico preto e fosco. O teto recebe um rack exclusivo da versão e a porta do porta-malas, feita em peça única de vidro, tem em sua base a assinatura WAY.

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Por dentro ele é igual à versão Like, a intermediária. Os bancos são em tecido com dois tons de cinza, textura no encosto e no assento e costuras com linha clara. Mas os revestimentos param por aí. Todas as outras peças do interior são em plástico duro, monocromático, apenas com algumas texturas para melhorar a aparência.  Bons encaixes entre as peças e nenhuma parte da carroceria a mostra ajudam a não deixar o interior tão simples assim. Algumas peças são compartilhadas com o Uno, como volante, painéis das portas, comandos do ar-condicionado, entre outras. Tanto o desenho do painel e os instrumentos de navegação são mais simples que os do irmão mais velho. A vantagem fica por conta da central multimídia Live On, exclusiva do Mobi. Apesar de o modelo testado estar equipado com a outra central, a Rádio Conect B7, a Live On é bem mais interessante, pois foi projetada para os usuários de smartphones com sistemas Android ou iOS. Nela, o próprio celular é fixado no meio do painel através de garra com engate rápido e prático e se torna o display deste sistema que, por intermédio de um aplicativo, passa a ser comandada por botões localizados no volante.

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O Mobi Way On é vendido em pacote único de equipamentos e seu preço sugerido no site da montadora é R$ 44.460. De série ele trás ar-condicionado, direção hidráulica, travas e vidros dianteiros elétricos, retrovisor externo elétrico com luz de direção e sistema tilt down (ao engatar a marcha ré, o espelho do lado direito abaixa-se para o motorista ver o passeio ao estacionar), Cargo Box (uma caixa com divisória e tampa que fica no porta-malas e pode ser retirada para levar compras para a casa), rodas de liga leve, sensor de estacionamento traseiro, faróis de neblina, ABS e Air Bag duplo, banco traseiro bi-partido e com duas posições de encosto (para maior capacidade de carga no porta-malas ou maior conforto dos passageiros), ESS (sistema que ativa o pisca alerta em frenagens de emergência), Lane Change (recurso que ativa a seta por 5 vezes com um curto movimento na alavanca), quadro de instrumentos com conta giros, iluminação a LED e display digital de 3,5 polegadas (indicador de trocas de marcha, computador de bordo, relógio digital, indicação nível combustível e temperatura do motor), entre outros.

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Seu motor é o de quatro cilindros Fire Evo Flex 1.0 que ainda equipa o Palio (a única versão do Mobi que é equipada com o motor Firefly flex de três cilindros é a Drive). Sua potência é 73/75 cv aos 6.250rpm e o torque 9,5/9,9 Kgfm aos 3.850rpm, sempre com gasolina e etanol respectivamente. O câmbio também é o mesmo de 5 marchas.

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Rodamos aproximadamente 1000 km com o subcompacto. Por ser um modelo mais leve que o Uno, no Mobi este motor garante boas acelerações e retomadas, mesmo não sendo dos mais modernos. Circulando apenas com gasolina e praticamente só em estradas, o consumo foi bom, 16 km/l, mas poderia ser melhor, considerando sua categoria. Aos 110 Km/h e em quinta marcha o motor trabalha em 3.500 rpm, mas o bom isolamento acústico deixa o seu barulho quase imperceptível. Nesta situação foi interessante observar que o barulho do vento sobre a carroceria era mais audível que o motor ou mesmo os pneus, preço que o modelo paga por ter um formato de “jeep” e não um perfil mais aerodinâmico. O acerto da suspensão privilegia o conforto e foi o ideal para circular em trechos mal conservados das rodovias. Apesar da carroceria inclinar um pouco em curvas, o Mobi Way apresentou boa estabilidade, mesmo em velocidades maiores.

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Apenas para um casal com pouca bagagem o modelo atende, pois o porta-malas é muito pequeno e o espaço para os passageiros do banco de trás, idem.  Sua praia é mesmo o dia-a-dia das grandes cidades pois, com 3.566 mm de comprimento, apenas 2 mm a mais que o Fiat 500, encontra-se vaga para ele em qualquer lugar.

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Por falar em praia, foi neste ambiente que a suspensão mais alta fez a diferença. Quase todos os acessos às melhores praias do sul da Paraíba são em areia e com muitas erosões. Foi possível vencer todos os desníveis sem bater o fundo do carro uma única vez, e nas partes com mais areia, ele também passou sem atolar. É bom explicar que o Mobi Way não tem aptidão para o fora de estrada e a suspensão elevada apenas ajudou nestes trechos que foram vencidos em baixíssima velocidade e sempre buscando o trajeto menos deteriorado. Nesta semana em companhia com pequeno Fiat, pudemos comprovar que o Mobi way é uma boa opção para circular em cidades e também em ruas e estradas mal conservadas. Para quem não tem essa necessidade da suspensão mais alta, a versão Drive por R$ 44.520, que vem equipada  com o motor Firefly e a central Live On, também é uma ótima opção.

 

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