Data: 23/11/2016

Fiat Mobi finalmente ganha motor três cilindros, mas apenas em uma versão

Por: Amintas Vidal, de Atibaia

No lançamento do Mobi foram apresentadas seis versões: Easy, Easy On, Like, Like On, Way e Way On. Versões básicas e suas variantes mais equipadas chegaram gradativamente às concessionárias. No Salão Internacional do Automóvel de São Paulo, há pouco mais de uma semana, o Mobi Drive, em versão única, foi apresentado como um dos destaques da montadora. Alardeado como o carro com motor aspirado mais econômico do Brasil, o caçula da montadora foi posto à prova em uma verdadeira maratona de eficiência energética.

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Cinco jornalistas do setor automotivo fizeram o percurso entre as cidades de Betim, MG, sede da Fiat, até São Paulo, SP. Nos 564 km percorridos a melhor média foi de ótimos 27,1 km/l com velocidade média acima de 80 km/h.

Agora, em evento com outro teste de economia para os demais jornalistas, porém em pista fechada, e test drive em estrada por 27 quilômetros, a montadora apresentou versão equipada com o motor Firefly 1.0 de três cilindros em detalhes. Partindo de R$ 39.870, ela ficou entre a Like e a Like On.

A versão Drive vem equipada de série com ar-condicionado, direção elétrica, chave canivete com telecomando, vidros elétricos nas portas dianteiras e trava elétrica nas quatro portas com função one touch e antiesmagamento, limpador, lavador e desembaçador do vidro traseiro, abertura interna da tampa do tanque de combustível e do porta-malas, volante com regulagem em altura, cintos de segurança dianteiros com regulagem em altura, banco traseiro bipartido, cargo box (caixa para organizar objetos no porta-malas), lane change (recurso que ativa a seta cinco vezes com um simples toque na haste satélite), ESS (sinalização de frenagem de emergência que ativa o pisca alerta quando se pisa bruscamente no freio), e pneus “superverdes” que ajudam na economia de combustível.

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Como opcionais existem dois pacotes que levam os nomes das centrais multimídia que eles oferecem: Live On, por R$ 4.650,00 e o Rádio Conect, R$ 4.500,00. As duas são opções de centrais multimídia com comandos no volante e conexões Bluetooth. A Fiat Live On é uma central projetada para os usuários de smartphones com sistemas Android ou iOS. Nela, o próprio celular é fixado no meio do painel através de garras com engate rápido e prático (apenas com uma mão é possível fixar e retirar o aparelho) e se torna o display do carro. A integração é feita por meio de um aplicativo específico que está disponível gratuitamente. Por uma tela inicial própria, com atalhos, ou por meio dos botões no volante, o rádio (embutido no sistema e acessível mesmo sem o smartphone) e outros recursos do celular como navegação, músicas e estações de rádio pela internet poderão ser comandadas.

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O Eco Drive Live e o Car Parking foram dois recursos do Fiat Live On destacados na apresentação. O primeiro analisa como o motorista está dirigindo em termos de economia e orienta-o para uma condução mais eficiente energeticamente. O segundo ajuda a lembrar onde o carro foi estacionado, além de informar sobre restrições de trânsito, como o rodízio de placas paulistano. Este pacote acrescenta faróis de neblina, volante multifuncional, sensor de estacionamento traseiro, rodas de liga leve, alarme com telecomando, console no teto, retrovisor externo com sistema tilt down (ao engatar a marcha ré, o espelho do lado direito abaixa-se para o motorista ver o passeio ao estacionar) e personalização interna com acabamento Premium.

O Rádio Conect tem o mesmo pacote de opcionais descrito acima. Ele é o sistema B7 convencional que conta com entradas USB e auxiliar, o mesmo usado no Uno e no Jeep Renegade. Resumindo, quem gosta de conectividade e interação, por R$ 150,00 a mais, deve optar pelo Live on. Já quem gosta de um sistema mais convencional, opta pelo segundo.

O grande diferencial do Mobi Drive é mesmo o motor Firefly 1.0 de três cilindros e apenas  6 válvulas. Ao contrário da concorrência que apostou nos motores de 3  cilindros com duplo comando e 4 válvulas por cilindro, a Fiat optou em diminuir o número de peças e consequentemente atrito e peso na busca por eficiência e confiabilidade.

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Para alcançar a eficiência dos motores de três cilindros da concorrência, a montadora agregou outras tecnologias ao seu motor com apenas duas válvulas por cilindro: sistema de combustão com alto nível de turbulência e posição otimizada das velas que permitiram estabelecer a mais alta taxa de compressão da categoria (13,2:1), variador de fase hidráulico que atua no comando de válvulas otimizando o funcionamento do motor quando ele não é muito exigido pelo condutor (diminuindo ainda mais o consumo), virabrequim descentralizado que permite ângulos variados das bielas nas diferentes fases de funcionamento do motor.

O comando é feito por corrente que não exige manutenção por toda a vida útil do motor e os bicos injetores dispensam o uso do tanquinho de gasolina para partidas a frio, operando normalmente a até – 5°C (menos cinco graus centígrados).

Toda essa tecnologia resultou no motor 1.0 com maior torque da categoria, 10,4 / 10,9 kgfm, sempre aos 3.250 rpm com gasolina e etanol respectivamente.  A potência é 72 / 77 cv, sempre aos 6.000 rpm com gasolina e 6.250 com etanol respectivamente.

Já tínhamos testado este motor no lançamento do Uno 2017, primeiro modelo da marca a receber a família Firefly, composta  também por um motor 1.3 de quatro cilindros. Eles são claramente superiores aos antigos Fire 1.0 e 1.4L. O motor 1.0 Firefly surpreendeu por contradição: ao ser ligado ele vibra mais que os concorrentes, mas após ligado e em marcha lenta, ele é o que menos vibra entre todos, condição também observada no Mobi.

O câmbio manual de cinco marchas continua bem escalonado, mas ainda apresenta um curso de alavanca longo e engates um pouco imprecisos. Por ser mais leve que o Uno, ele mostrou um pouco mais de fôlego, principalmente em arrancadas e em giro baixo.

Acima dos 3.500 giros ele perde um pouco do ânimo, o que só confirma o acerto da engenharia em fazer um carro ágil e econômico para ambientes urbanos.  Já em conforto de marcha ele se equivale ao Uno, mesmo sendo o entre eixos do Mobi menor.

Apenas em pisos muito irregulares e em lombadas é que sua suspensão oscila em frequência mais alta, característica de carros subcompactos.

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Este motor já era esperado por todos em abril, no lançamento do modelo. Chegou agora em uma única versão e, apesar da montadora jurar de pé juntos que só ela contará com o Firefly, acreditamos que ele chegará às outras seis versões no fim do próximo ano como modelos 2018.

A expectativa da montadora é vender apenas 20% nesta versão, mas se acontecer como o VW Gol que só voltou à lista dos mais vendidos quando aboliu o motor de quatro cilindros para adotar o de três, o Mobi Drive deverá se tornar a versão mais vendida e poderá antecipar a adoção do Firefly para o restante da linha.

*Jornalista viajou a convite da Fiat

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