Data: 30/09/2015
Duster Oroch: o melhor de dois mundos
Mais cobiçado do que nunca! Assim está o mercado de picapes no Brasil. Só para você ter uma ideia, apenas nos últimos cinco anos, enquanto o segmento de carros de passeio cresceu 6,5%, o de picapes cresceu 60%.
Atualmente, as picapes já representam 13% do total de veículos comercializados, sendo 5% formado pelas picapes médias (que atualmente tem a Chevrolet S10 como líder) e 8% pelas compactas (liderada pela Fiat Strada).
Essa tendência de mercado tem chamado a atenção das montadoras, até mesmo daquelas que nunca produziram picapes, como é o caso da Renault, que pela primeira vez, em seus mais de 117 anos de história, irá brigar por uma fatia desse bolo.
Só que a Renault não está lançando apenas mais uma picape, como fez sua conterrânea – que não conseguiu muito sucesso com a já falecida Hoggar. A Renault foi mais, digamos, inteligente, e encontrou uma lacuna que havia no mercado!
Sim, a Renault observou que muitos usuários de picapes compactas se diziam insatisfeitos com o espaço interno. Por outro lado, os clientes das médias reclamavam do tamanho exagerado das suas na hora de enfrentar o trânsito urbano!
E foi daí que surgiu um produto inovador, que reúne o melhor dos dois mundos: a praticidade das compactas e o espaço interno das médias! Senhoras e senhores, conheçam agora a Picape Renault Duster Oroch!
Derivada do SUV Duster, a Oroch tem um habitáculo com espaço suficiente para acomodar cinco adultos com bastante conforto e uma caçamba com capacidade de 683 litros, sendo a carga máxima de 650 quilos.
Mas engana-se quem pensa que a Renault apenas “arrancou o porta-malas” e colocou uma caçamba no lugar. A engenharia da Renault do Brasil fez uma série de desenvolvimentos. Toda a parte traseira da cabine, inclusive a coluna “C” foi reforçada. Também mudaram as longarinas, parede traseira da cabine (em concha para abrigar melhor cargas como motos e bicicletas) e o assoalho.
Comparada ao SUV Duster, a picape Oroch tem 150 mm a mais no entre-eixos e 360 mm a mais no comprimento, o que resultou em mais espaço para as pernas de quem viaja no banco traseiro. Ou seja, a sensação de quem vai atrás é de estar a bordo de um Duster maior, e não de uma picape.
Outro ponto forte é a adoção da moderna suspensão traseira Multilink, com braços independentes, o que proporciona melhor dirigibilidade e conforto, tanto com a picape vazia como carregada.
Diferenciais que pudemos comprovar durante o teste drive organizado pela Renault, no Rio de Janeiro (RJ), em trechos urbanos e rodoviários. Apesar de o modelo avaliado ter sido a versão top de linha, Dynamique 2.0 16V, esses benefícios estão presente em todas as três versões. Confira como ficou a gama:
Regulagem elétrica dos retrovisores externos e faróis de neblina são opcionais na versão Expression. Já as versões Dynamique oferecem apenas o banco em couro como opcional.
Quem quiser, pode também deixar a picape ainda mais completa com a extensa lista de acessórios, que inclui câmera de ré, barras transversais no teto e até um extensor de caçamba, permitindo levar objetos mais longos como, por exemplo, uma moto.
AO VOLANTE DO DUSTER, DIGO, DA OROCH
Assim que assumi a direção da Oroch tive a sensação de estar no comando de um Duster. Volante, painel de instrumentos, comandos do ar, mídia, tudo, tudo mesmo é idêntico ao SUV. Só a visibilidade que muda, uma vez que o vidro traseiro da picape é mais estreito.
A Renault não se deu nem ao trabalho de melhorar alguns detalhes, como a posição do ajuste do retrovisor elétrico, localizado embaixo do freio de mão.
O motor 2.0 16V Flex de 148 cv de potência máxima sobrou na picape ocupada por quatro adultos. Mesmo com a caçamba vazia, ela mostrou-se estável nas curvas, sem sair de traseira – e olha que ela não dispõe de nenhum controle de tração ou de estabilidade!
MOTORES NOTA A EM ECONOMIA
A oferta de motores segue a linha Duster, com os bicombustíveis 1.6 16V e 2.0 16V. Ambos receberam evoluções em torque e potência em maio deste ano e foram avaliados com a nota “A” em consumo pelo Conpet.
O motor 2.0 16V tem 148 cv a 5.750 rpm quando abastecido com etanol e 143 cv a 5.750 rpm quando abastecido com gasolina. A oferta de torque é de 20,9 kgfm a 4.000 rpm, quando abastecido com etanol, e 20,2 kgfm a 4.000 rpm com gasolina.
Já o motor 1.6 16V oferece 115 cv a 5.750 rpm com etanol e 110 cv a 5.750 rpm com gasolina. Em torque, são 15,9 kgfm a 2.500 rpm, quando abastecido com etanol, e 15,1 kgfm a 2.500 rpm com gasolina.
Há duas ofertas de câmbio. Quando equipada com o motor 1.6 16V, a picape recebe uma transmissão manual de cinco velocidades do Duster 4×2, com a quarta e quinta marchas com relações mais longas. Já a versão movida pelo 2.0 16V traz o câmbio manual de seis marchas do Duster 4×4 também com relação final encurtada, o que garante mais agilidade.
Para reduzir o consumo, há funções como o EcoMode, que pode ser acionada por meio do botão localizado no painel central. Este modo limita a potência e o torque do motor, além de reduzir a potência do ar-condicionado, o que permite uma redução de 10% no consumo de combustível.
Outro recurso da picape é o indicador de trocas de marchas, Gear Shift Indicator (GSI), o qual auxilia o motorista a dirigir de forma econômica e eficiente ao sugerir quando reduzir ou aumentar a marcha para melhor aproveitar as características dos motores.
VEREDITO
Não resta dúvidas de que a Oroch tem tudo para dar certo. Por enquanto ela está única no mercado. Mas, a partir do ano que vem, a briga vai ficar ainda mais acirrada com a chegada da picape Fiat Toro, derivada do SUV Renegade.
Será a hora, então, da Renault mostrar novas armas, como as versões automáticas e 4×4 da Oroch!
Sem dúvida, a briga vai ser boa!
*A jornalista viajou a convite da Renault do Brasil