Data: 13/02/2015

Bravo fica mais bravo, sem chegar a ficar furioso

Por: LICINÁIRA BARROSO, de Atibaia (SP)*

Sim, o Bravo ficou mais bravo, porém, não vá esperando nenhuma espécie de “acréscimo de fúria” embaixo do capô. Os motores ainda são os mesmos: 1.8 16V Flex de 130/132 cv e 1.4 Turbo a gasolina de 152 cv. Ainda assim, o modelo 2016 do hatch médio da Fiat, que chega às concessionárias nos próximos dias, promete deixar os concorrentes temerosos! Tudo por conta de melhorias feitas no visual e, principalmente, no conteúdo.

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Custando a partir de R$ 61.990,00, o Novo Bravo já sai de fábrica equipado com direção elétrica, ar-condicionado com saída de ar para o banco traseiro, piloto automático, computador de bordo, trio (vidros, travas e retrovisores) elétrico, ABS com EBD, duplo airbag e a grande novidade: a central multimídia Uconnect, com tela LCD touchscreen de 5”, comando de voz Bluetooth, áudio streaming, entrada auxiliar, USB, MP3 e um monte de letrinhas dignas de automóveis modernos.

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O Uconnect também conta com Navegador GPS, mas apenas na novíssima versão BlackMotion, que passa a fazer parte da gama Bravo, depois de estrear no Stilo em 2009 e no Punto em 2013. Nas demais versões do Bravo (Essence, Sporting e T-Jet) o GPS é item opcional, assim como a câmera de ré, com visor na própria tela da central multimídia. Veja abaixo como ficou a gama completa, com preços e itens de série:

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A princípio você pode ter achado os preços um pouco salgados. Mas, acredite, o custo-benefício é um dos melhores entre os hatch médios. Só para fazer um rápido comparativo, a versão Essence do Novo Bravo custa R$ 8 mil a menos do que a LT do Chevrolet Cruze 1.8, que tem praticamente os mesmos itens de série e motorização. Já o Bravo T-Jet, com motor turbinado de 152 cv, é R$ 3,5 mil mais barato (ou seria menos caro…) do que o Hyundai i30 1.8 de 150 cv, que também oferece uma lista de itens bem similar.

Autodesk VRED Design 2014

TAPA NO VISUAL

Se você já gostava o antigo visual do Bravo (ao contrário de minha amiga Carol que odiava por achar a traseira bem parecida com o rosto do gato de Cheshire), certamente, vai aprovar o novo modelo. Isso porque as alterções foram bem muito sutis. E o que mudou, mudou para melhor, deixando o carro com um design ainda mais esportivo. São novos os para-choques, grade frontal, molduras dos faróis e lanternas, spoiler e logotipo com nova grafia em destaque na tampa traseira, além das novas rodas de liga leve, com desenhos exclusivos para cada versão.

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Internamente, o modelo ganhou iluminação branca nos comandos internos, nova grafia no quadro de instrumentos e apoia braço central rebatível com porta-copos no banco traseiro – o que, na verdade, é vantagem apenas para os passageiros que vão na “janelinha”. Mas, apesar do desconforto de ter um encosto que vira “bandeja” para os vizinhos, quem viaja no meio do banco conta com apoio de cabeça e cinto de segurança de três pontos.

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PRIMEIRAS IMPRESSÕES

Durante a apresentação para a imprensa do Bravo 2016, tivemos a oportunidade da fazer um rápido test drive, de aproximadamente 80 quilômetros, pela região de Atibaia (SP), na novíssima versão BlackMotion, equipada com a transmissão automatizada Dualogic Plus, de cinco marchas.

Assim que entrei no carro me surpreendi por seu acabamento primoroso, todo em tons escuros. O ambiente requintado também se revelou high-tech com o ar condicionado digital Dualtemp e a central multimídia de cinco polegadas multicolor sobressaindo no console central.

E foi justamente nesse momento de contemplamento que olhei para o câmbio Dualogic Plus e lamentei não ter visto a transmissão sem alavanca formada por botões igual ao do Novo Uno. A revolucionária tecnologia, herdada das Ferraris e que virou sensação no modelo de entrada da Fiat, otimiza os engates, uma vez que, para acionar a ré, por exemplo, basta um simples clique no botão R. Um automóvel como o Bravo bem que merecia esse tipo de investimento…

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Dualogic do Bravo X Dualogic do Novo Uno. E aí, você não acha que o hatch médio da Fiat também merecia o câmbio mais moderno?

 

Felizmente, a Fiat não se esqueceu das aletas atrás do volante – as chamadas borboletas ou paddle shift – e, por isso, dirigir no sinuoso percurso que levava ao primeiro pit stop foi um dos momentos mais divertidos do test drive, já que não era necessário usar a alavanca para reduzir as marchas.

Finalizado o trecho com curvas, deixei o câmbio robotizado fazer seu trabalho sozinho. As trocas mostraram-se suaves, sem aqueles trancos dos primeiros câmbios automatizados.

Já o motor 1.8 E.torQ (de potência máxima de 130/132 cv a 5.250 rpm e torque máximo de 18,4/18,9 kgfm a 4.500 giros) provou ter força mais do que suficiente para arrastar os 1.411 quilos do veículo – fora o “peso-pesado” dos quatro adultos presentes (claro que eu era a mais levinha…)

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VEREDITO

Apesar de manter o mesmo trem de força, o bravo ganhou mais fôlego para enfrentar os concorrentes. No ano passado, ele não ficou nem entre os cinco hatch médios mais vendidos, perdendo até mesmo para o Peugeot 308, que emplacou apenas 5.574, quase quatro vezes menos do que o líder Ford Focus.

Com o Novo Bravo, a Fiat espera aumentar sua participação em pelo menos 20%. Se ela vai conseguir, só o tempo irá dizer…

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*A jornalista viajou a convite da Fiat Automóveis

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